O rapper angolano 12 Furos, membro
do grupo Seketxe, lançou recentemente a faixa Paradoxo Nhete, em clara resposta ao álbum Paradoxo do também rapper Kelson Most Wanted, líder do coletivo Monopólio. O single reforça o clima de rivalidade entre os dois artistas e, ao mesmo tempo, retoma a veia crítica de 12 Furos em relação a problemas sociais vividos no país.
O ataque direto
Numa das passagens mais comentadas da faixa, 12 Furos dispara:
“E o playboy quer falar da tropa que vem de baixo e está a roubar trono.
Governo mente pra caralh... Está a faltar escolas, acorda do sono.
Como é que também vais saber se buscaram fora tipo colono.” entre muitas outras linhas.
As linhas vão além de uma provocação pessoal: elas conectam a figura de Kelson Most Wanted ao distanciamento das realidades sociais que atingem a juventude angolana, sobretudo em áreas como educação, saúde e oportunidades.
O contexto da crítica
O ataque ganha ainda mais peso pelo fato de Kelson ter sido questionado publicamente sobre o estado da educação em Angola e responder que “não lhe cabia dizer se está bom ou não”.
Essa posição foi interpretada por muitos como uma tentativa de se manter neutro em questões sociais delicadas.
Ao contrastar a fala do rival com versos que denunciam a falta de escolas e a negligência do governo, o rapper constrói um punchline que mistura diss pessoal e crítica política.
O significado do “Nhete”
O uso do termo “Nhete”, gíria que significa “não tem nada” ou “fraco”, reforça a ironia: para 12 Furos, o projeto Paradoxo carece de conteúdo real, servindo apenas como fachada — ao contrário de seu próprio som, carregado de referências ao cotidiano difícil das periferias.
Repercussão
O lançamento de Paradoxo Nhete tem gerado debate intenso entre fãs e críticos de rap. Muitos apontam que a música eleva o nível do confronto entre os dois artistas, já que envolve não apenas o ego artístico, mas também discussões sobre o papel do rapper enquanto porta-voz das comunidades. Até o momento, Kelson Most Wanted não lançou uma resposta oficial, mas a pressão por um “round 2” na batalha lírica já cresce nas redes.
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